Compartilhamos o estudo realizado com a colaboração da Drª Isabel Pulido Valente, médica especializada em Medicina Interna, que connosco colabora na Residência Montepio Montijo.
Ocorreram no último século alterações demográficas significativas, encontrando-se a população mundial, não apenas envelhecida, mas em risco de multimorbilidade e incapacidade. À medida que se desenrola esta transição epidemiológica, os profissionais de saúde têm o enorme desafio de diagnosticar e prestar cuidados a pessoas idosas com multimorbilidade.
Portugal nos últimos 30 anos tem-se tornado um país envelhecido contando com 21,8% de idosos e apenas 13,7% de jovens sendo a previsão em 2060 de 11% de jovens entre 0 e 14 anos; 54% entre 15 e 64 anos; 35% com mais de 65 anos dos quais 16% seriam pessoas com mais de 80 anos. Estas previsões para Portugal apontam para valores 5% superiores na percentagem de idosos em relação à média esperada para a União Europeia. Há falta de evidência de quais os melhores modelos de prestação de cuidados de saúde ao doente idoso com múltiplas comorbilidades, mas a presença de cuidados especializados de Geriatria e Avaliação Geriátrica Global são uma constante comum a todos os modelos. Com o presente trabalho pretende-se caracterizar a população com mais de 65 anos admitida num hospital Geral, identificar “frequent users” e fatores promotores da sua admissão ao serviço de urgência, utilizando a Avaliação Geriátrica Global como abordagem do idoso.